Palavras
chaves: Controle Preditivo; LPV; MLD;
Otimização; Microrrede.
|
Keywords:
Predictive Control; LPV; MLD; Optimization;
Microgrid.
Apesar deste cenário, é importante ressaltar que as fontes de energias renováveis são intermitentes e imprevisíveis. Portanto, torna-se necessário adicionar outros meios de geração às redes de tal forma que as demandas de energia possam ser supridas. A utilização de painéis fotovoltaicos para geração de energia através da energia solar, por exemplo, quando em um período noturno ou nublado, pode ser incapaz de fornecer energia para altas demandas, sendo necessário, neste caso, o uso da rede externa. Visando armazenar energia durante o período diurno para ultilizá-la durante a noite, ou em momentos nublados, é plausível, por exemplo, a inclusão de unidades de armazenamento intermediário de energia, como baterias, supercapacitores, estruturas de ar comprimido e outros. Assim, deficiências na geração energética instantânea podem ser compensadas pela carga armazenada.
Existem diversas tecnologias para armazenar energia e cada uma tem suas próprias vantagens e desvantagens, considerando custo econômico, autonomia, tempo de resposta, vida útil e degradação (Dehghani-Sanij ., 2019). O uso de sistemas de armazenamento de energia híbridos, integrando diversas tecnologias de armazenamento, surgem como uma solução para mitigar as desvantagens dessas tecnologias (Ferrari-Trecate ., 2004), (Greenwell & Vahidi, 2010).
Ao longo deste artigo, é abordada a utilização da combinação de armazenamento de hidrogênio renovável (também chamado de hidrogênio verde), em conjunto com baterias eletroquímicas e ultracapacitores. O hidrogênio é um composto com grande capacidade de armazenar energia e, apesar de sua baixa densidade de energia volumétrica, o hidrogênio tem a maior relação energia-peso, quando comparado com outros combustíveis. Quando produzido a partir de fontes renováveis (etanol e água) e tecnologias renováveis (energias solar, eólica e hidráulica), o hidrogênio torna-se um combustível renovável e ecologicamente coerente (Reinaldo A. Vargas, 2006). Em relação a este tópico, a utilização de hidrogênio como forma de energia para as microrredes apresenta-se como uma ótima alternativa, uma vez que pode-se combinar a capacidade de armazenamento do hidrogênio, a longo prazo, com a rápida resposta dinâmica dos ultracapacitores.
Atualmente, a operação dos recursos de energia distribuída, em conjunto com cargas controláveis e diferentes tecnologias de armazenamento (baterias, ultracapacitores ou hidrogênio), constituem o núcleo do conceito de microrrede. A microrrede permite uma interligação entre as unidades, incluindo, de forma integrada, a geração distribuída, cargas locais e sistemas de armazenamento de energia. A microrrede pode operar conectada a rede de distribuição principal, através do Ponto de Acoplamento Comum (PCC), ou em modo ilhado, podendo também ser conectada a outras microrredes, dando origem a sistemas ainda mais sofisticados (Bordons ., 2020).
Sistemas de gestão da microrrede são responsáveis por alcançar o balanço energético de maneira mais eficaz. O principal objetivo é garantir a entrega estável de energia elétrica para seus consumidores, podendo ocorrer pelo gerenciamento do excesso, ou déficit, de energia ou considerando outras funcionalidades, como critérios econômicos ou operacionais. Quando possível, a energia elétrica das fontes renováveis é entregue diretamente às cargas e qualquer excesso de energia é desviado para as unidades de armazenamento ou a rede. Se a energia não estiver disponível, a partir de fontes renováveis, deve ser fornecida pelas unidades de armazenamento ou a rede externa. Todavia, há a dificuldade em prever qual será a geração e a demanda, adicionando uma incerteza significativa e inevitávefl no processo. A utilização de um algoritmo de controle preditivo é uma ótima solução para este problema, uma vez que este controle trabalha com um horizonte de predição.
O Controle Preditivo Baseado em Modelo (Model Predictive Control - MPC) é um método para a regulação de processos com restrições (Camacho & Bordons, 2013). Nas últimas décadas, tem aumentado o interesse de pesquisa acerca do MPC, com extensões desenvolvidas para uma ampla variedade de sistemas. A teoria em MPC estabelece que seja possível conceber algoritmos de controle com viabilidade recursiva de otimização e estabilidade em malha fechada (Mayne ., 2000). Tal propiedade é explorada para garantir a estabilidade do processo controlado.
Aplicado na microrrede, o MPC resolve o problema de otimização, a fim de determinar o custo mínimo de operação, atendendo à demanda e considerando limites técnicos e físicos dos sistemas de armazenamento (Vergara-Dietrich ., 2019). Contudo, as microrredes são sistemas híbridos não lineares, ocasionando um alto custo computacional para resolver o problema de otimização. Muitas operações ligadas à gestão de microrredes precisam ser modeladas considerando dinâmicas contínuas e alternando entre diferentes condições de operação. Na engenharia de controle, os sistemas híbridos são sistemas dinâmicos com variáveis contínuas, discretas e de eventos (Bordons ., 2020).
Existem várias técnicas as quais devem ser suficientes para capturar o comportamento dos vários elementos do sistema e considerar interconexões entre a dinâmica lógica e a dinâmica contínua. Uma das principais técnicas é utilizar o modelo MLD, o qual foi utilizado para realização deste artigo. O modelo MLD pode ser muito útil para transformar problemas de otimização dinâmica híbrida em programas lineares inteiro-misto (Ferrari-Trecate ., 2004).
De mesmo modo, ferramentas recentes mostram como o problema de
otimização do MPC para sistemas não lineares (NMPC) podem ser
resolvidos (Andersson ., 2018), (Gros ., 2020), através de aproximações
não lineares. Os modelos LPV são capazes de descrever
comportamentos não lineares e variáveis no tempo, sob estruturas
de dinâmica linear (Mohammadpour &
Scherer, 2012), que dependem de parâmetros de escalonamento
limitados e conhecidos, denonimados . A elegância do MPC, com
incorporação do LPV, reside no fato de que, as previsões não
lineares são substituídas por descrições lineares (Morato ., 2020), permitindo uma operação
rápida da otimização correspondente. A maioria destes algoritmos
(propostos pela primeira vez em P. S. Cisneros
& Werner (2016), sendo estabelecidos e generalizados
desde então) são baseados em um mecanismo iterativo para estimar
as futuras trajetórias de programação. Desta forma o algoritmo de
controle resultante opera com uma carga numérica reduzida,
semelhante à de um programa quadrático sequencial (SQP).
A fim de obter um melhor custo computacional para um resultado similar, este artigo demonstra alternativas ao uso dos modelos comumente usados para sistemas híbridos das microrredes. Para isso, o artigo foi organizado da seguinte maneira:
Considerou-se, como caso de estudo, uma microrrede renovável composta por painéis fotovoltaicos para a energia renovável, enquanto para o armazenamento de energia são utilizadas baterias, eletrolisadores e células combustíveis.
Células fotovoltaicas são dispositivos eletrônicos que convertem a energia solar em energia elétrica. A parte mais importante de um painel solar são as células fotovoltaicas, geralmente de silício, as quais são responsáveis pela geração de energia renovável na microrrede.
As baterias são dispositivos que transformam energia química em energia elétrica. Dentro desses aparelhos ocorrem reações de oxirredução, as quais consistem na transferência de elétrons, produzindo assim corrente elétrica. Este dispositivo é utilizado na microrrede como forma de armazenamento de energia, a fim de suprir alguma demanda que não foi capaz de ser atingida apenas pela energia renovável.
O hidrogênio pode ser considerado uma alternativa promissora para ser usado como sistema de armazenamento de energia (Mendes ., 2016), em particular quando o hidrogênio é produzido a partir de energias renováveis. Na microrrede, o uso do hidrogênio para o armazenamento de energia elétrica baseia-se na produção de hidrogênio por eletrólise. Para tal, armazena-se o hidrogênio (pressurizado, hidreto metálico, etc.) e depois utiliza-o para gerar energia através de células de combustível.
Os eletrolisadores são dispositivos eletroquímicos capazes de separar o hidrogênio e o oxigênio das moléculas da água, através da eletricidade. Através desta eletrólise se obtêm o hidrôgenio em seu estado livre e então é possível armazená-lo.
Semelhante às baterias, a célula de combustível é uma célula eletroquímica capaz de gerar energia elétrica através de reações de oxirredução. Contudo, ela produz eletricidade a partir do fluxo de elétrons de hidrogênio e oxigênio, diferente dos processos a partir da queima de combustíveis fósseis, em que a energia passa por diferentes transformações até chegar na energia elétrica. Portanto, este processo possui alta eficiência, visto que a conversão de energia é direta.
O MPC precisa de um modelo da microrrede para realizar as predições, sendo este modelo simplificado para poder ser integrado ao procedimento de otimização. A dinâmica de cargas e geradores é muito rápida em comparação com o tempo de amostragem e pode ser desconsiderada, ou seja, a principal dinâmica a ser considerada é a das unidades de armazenamento que, juntamente com a equação de equilíbrio de potências no barramento, constituirá o modelo a ser utilizado pelo MPC. Seguindo as orientações de Geidl . (2007), os critérios de sinais usados ao longo deste trabalho são que as potências injetadas no barramento devem ser positivas e as potências extraídas do barramento devem ser negativas. Deste modo, no caso de sistemas de armazenamento, que podem injetar ou extrair do barramento, sua potência é considerada positiva na descarga e negativa quando está carregando.
As unidades armazenadoras podem ser modeladas por uma equação de
balanço de energia que determina o incremento no nível de energia
da seguinte
maneira:
Em que
é o tempo de amostragem em segundos e
é a potência referente à
unidade armazenadora. Em geral, a influência da carga/descarga das
unidades de armazenamento nos níveis de energia armazenada não é o
mesmo, por isso diferentes eficiências são usadas:
Para a modelagem da microrrede, deve-se também levar em conta
fatores como a capacidade máxima da bateria ou o volume máximo de
hidrogênio nos tanques (Bordons ., 2020).
Neste artigo foi considerada a união de todos estes fatores em uma
única constante
para simplificar o modelo.
A bateria conecta-se diretamente no barramento elétrico. Portanto, ela deve compensar o resto das potências. Para uma microrrede que utiliza bateria e armazenamento de hidrogênio, pode-se considerar a seguinte equação de balanço de potências:
Nesta equação,
é a
potência da carga,
é a
potência do eletrolisador,
é a potência da célula combustível,
é a
potência da rede externa e
é a
potência gerada pelos painéis fotovoltaicos.
É possível simplificar o problema utilizando-se apenas uma
variável para a bateria () e uma variável para a potência gerada
pelo hidrogênio (
),
o qual é positivo quando a célula de combustível (
) é usada e
negativo quando o eletrolisador (
) está funcionando (Pereira ., 2015). Outrossim, é observado
na equação (3) que
e
são
perturbações mensuráveis, por isso considera-se uma única variável
para perturbação
.
Tendo em vista as considerações, reescreve-se a equação do balanço
de potência da seguinte maneira:
Com o propósito de gerenciar os diferentes comportamentos na carga
e descarga das unidades de armazenamento que foram utilizadas, uma
variável binária deve ser considerada . Logo, a dinâmica de
armazenamento pode ser escrita como em Eq. (5).
Nestas equações, SOC é o estado de carga da bateria, LOH é o nível de hidrogênio nos tanques. Por fim, chega-se a equação final substituindo Eq. (4) em Eq. (5):
Ressalta-se que
,
e
são
variáveis binárias e caso assumam o valor 1, utilizam a eficiência
de descarga (Potências<0) e caso sejam 0, utilizam a eficiência
de carga (Potências > 0). Note também que o nível de hidrogênio
(LOH) quando
está utilizando a eficiência da célula combustível (está retirando
hidrogênio para dar energia ao sistema) e quando
utiliza
a eficiência do eletrolisador (soma o nível de hidrogênio no
tanque).
MPC é uma família de métodos que diferem entre si no tipo de modelo, na função de custo e no método de resolução. Diversas dinâmicas de plantas são geralmente formuladas como equações de espaço de estado, podendo ser usadas para formular o problema de controle preditivo. As seguintes equações são usadas no caso linear para capturar a dinâmica do sistema:
Em que
é o vetor de espaço de estados,
é o vetor de entradas,
é o vetor de saídas,
,
,
e
Uma vez que um modelo dinâmico esteja disponível, ele pode ser
usado na função de custo para o cálculo das predições. Os vários
algoritmos MPC usam diferentes funções de custo para calcular a
lei de controle. Normalmente, o objetivo principal é que a saída
futura
1
rastreie um certo sinal de referência
ao longo do horizonte,
ponderando o esforço de controle
necessário para fazer o
rastreio. A expressão tradicional utilizada para o MPC é a
seguinte:
No qual
é a saída estimada, Q é a ponderação ao seguimento de referência,
R é a ponderação ao incremento de controle e
é o horizonte de predição.
Por fim, o problema a ser resolvido é:
Em que
e
são
as limitações superior e inferior dos estados,
e
são
as limitações superior e inferior da entrada,
e
são os limites superior e inferior do incremento da entrada.
Nem sempre a dinâmica do problema será linear, aumentando assim a complexidade e custo computacional ao aplicar um MPC para casos não lineares (NMPC). Deste modo, o problema NMPC a ser resolvido pode ser descrito, similarmente ao caso linear, de acordo com Eq. 10.
Nestas equações de Eq. (10), é a função de
custo do MPC e
é a função não linear de
.
O desenvolvimento da forma MLD de um sistema híbrido envolve três
etapas, descrito em Ferrari-Trecate
. (2004). A primeira é associar uma afirmação lógica S (que
pode ser verdadeira ou falsa) com uma variável binária
que é 1 se, e somente se, a declaração permanecer verdadeira.
Assim, a combinação de afirmações lógicas
, em
conjunto dos operadores booleanos AND (
), OR (
), NOT(
), pode ser
representada como desigualdades lineares sobre as variáveis
binárias correspondentes
.
As desigualdades decorrentes das declarações compostas podem ser
encontradas em Ferrari-Trecate .
(2004). O segundo passo é representar o produto entre
funções lineares e lógicas variáveis introduzindo uma variável
auxiliar
, sendo
uma variável
contínua e
uma variável binária.
A terceira e última etapa é formar um modelo dinâmico discreto
linear invariante no tempo (LTI) que inclui variáveis binárias e
variáveis auxiliares com a seguinte forma geral:
Nas equações de Eq. (11),
{0,1}
são as variáveis de
estado2,
{0,1}
são as entradas,
{0,1}
são as saídas,
representa a variável binária e
representa as variáveis auxiliares. Todas as restrições sobre os
estados, as entradas e as variáveis
e
são resumidas na
desigualdade Eq. (12).
Observando a equação (6), é preciso
garantir que
assuma valor 0 quando
e valor 1 quando
. Para isso, são
adicionadas as seguintes restrições no problema:
é um
valor positivo muito pequeno. Observe que quando
, a única
solução viável é
, assim
como
é a
única solução plausível para
.
Agora basta definir a variável (
)
que irá assumir o valor de
quando
.
Têm-se o seguinte vetor de entradas:
Assim como em Conte . (2020), o problema
ainda é não linear caso restrinja a ser igual a
.
Portanto, a variável de decisão
deve respeitar as seguintes
restrições em forma de desigualdade:
Com as restrições de (15), garante-se
que a variável auxiliar
obtenha valor nulo quando
e que
obtenha o valor
de
quando
.
Em relação a perturbação, como ela é mensurável (ou também sabe-se
o valor dela por uma estimativa feita por inteligência artificial)
e no problema MPC é considerada igual em todas predições, pode-se
facilmente decidir qual variável usar no problema de controle. Foi
utilizado da seguinte maneira: quando
utiliza-se apenas a
variável
,
quando
utiliza-se apenas a variável
.
Estabelecido os vetores de entrada, estado e saída, monta-se a equação em espaço de estado:
Aproveitando da variável auxiliar , é possível atribuir
diferentes ponderações para as entradas no objetivo (Conte ., 2020), assim como feito com os
diferentes fatores multiplicativos na equação de espaço de
estados. Deste modo é possível, por exemplo, priorizar mais a
venda de energia para a rede externa do que a compra. Escreve-se a
função objetivo da seguinte maneira:
Em Eq. (17),
é o vetor de entradas sem as váriaveis auxiliares,
é o vetor das variáveis auxiliares,
é o vetor do incremento das
entradas,
é
a ponderação das váriaveis auxiliares,
é
a ponderação das entradas,
é a
ponderação do incremento da entrada e
é a ponderação do
seguimento de referência.
Muitos sistemas não lineares podem ser descritos sob um formalismo
LPV, desde que a Inclusão Diferencial Linear (Linear
Differential Inclusion - LDI) seja respeitada, veja Morato . (2020) e suas referências.
Então, a propriedade LDI permite gerar formulações LPV de espaço
de estado para o sistema não linear genérico de (10).
Esta propriedade é a seguinte: para cada x, y, u e instante k,
existe uma matriz
de tal forma que a seguinte relação seja válida para todo
e
:
Sendo
. Quando
confirmada esta propiedade (existe a matriz
), pode-se reescrever
Eq. (18) da seguinte forma:
Neste modelo LPV, os parâmetros de escalonamento e seu
respectivo conjunto
derivam de
.
Os parâmetros de escalonamento utilizados neste artigo são
variáveis exógenas, tendo seus valores atribuídos externamente.
Ainda assim, a formulação MPC requer o conhecimento dos valores
futuros dos parâmetros de agendamento
, ao longo do
horizonte de previsão. Como solução, foi considerado o valor de
constante para
todo horizonte, isto é,
(Morato ., 2020).
Na microrrede a dinâmica de carga e descarga das unidades armazenadoras é lenta, podendo aderir às seguintes hipóteses:
Sendo assim, é possível atribuir o valor da eficiência de
carga/descarga à uma variável exógena baseado em valores de
variáveis passadas. Para este artigo, atribuiu-se o valor de
de acordo com
Eq. 20.
Sendo definido, em Eq. (20),
o vetor
dos parâmetros de agendamento. Estabelecido os vetores de
agendamento, monta-se as equações em espaço de estados:
Assim como feito para as variáveis auxiliares da modelagem MLD, também é possível utilizar diferentes ponderações para diferentes cenários de carga ou descarga para a modelagem LPV. Escreve-se a função objetivo da seguinte maneira:
A ponderação R é estabelecida com a mesma lógica de :
Nesta seção, são apresentados os resultados das simulações e a
incorporação das ferramentas LPV e MLD no sistema. Para a obtenção
dos resultados que serão apresentados a seguir, foram utilizados:
Matlab, Yalmip (Löfberg, 2004), Gurobi
(Gurobi Optimization, 2022) e o
simulador de microrrede Simgrid (Bordons .,
2020), que usa um modelo realista e não linear para a
simulação. Para a otimização do problema, adotou-se um horizonte
de predição de
amostras e um horizonte de controle de
amostras, com as
ponderações
,
,
,
,
e
. As
restrições utilizadas foram
,
,
,
,
e
.
A simulação aconteceu em um período de aproximadamente 24 horas. Na simulação foi considerado um dia ensolarado e pode-se observar na Figura 2 a grande geração de energia das células fotovoltaicas no período da manhã. Na mesma figura, é possível observar a demanda de energia ao longo da simulação.
Para as simulações foram utilizados a amostragem de s e os
valores de
,
,
e
, retirados de Bordons
. (2020). As condições iniciais são:
e
.
Para ilustrar a eficácia da abordagem de incorporação LPV para
NMPC, três estratégias distintas são empregadas para gerenciar a
microrrede:
A seguir, as Figuras 3, 4,
5 e 6 mostram as
trajetórias de ,
,
e as saídas
e
,
respectivamente, obtidas com cada método de controle:
Ressalta-se que ambos os métodos LPV e MLD produzem resultados muito semelhantes em relação ao NMPC. Contudo, observando a Tabela 1, nota-se que há diferenças para o desempenho de cada método. Destaca-se as principais descobertas:
Metódo |
rms
|
|
|||||
NMPC | 0.0061 | 0.3175 s | |||||
MLD MPC | 0.0061 | 0.1298 s | |||||
LPV MPC | 0.0061 | 0.0176 s |
Este artigo apresentou uma solução MPC LPV para o gerenciamento de energia em microrredes com energias renováveis, utilizando tanques de hidrogênio e baterias como armazenamento híbrido. Realizando um controle para o gerenciamento de microrredes, com diferentes eficiências para a carga e descarga das unidades de armazenamento, demonstrou-se a eficácia da abordagem LPV. Para tal demonstração, o método é comparado em termos de carga numérica a uma técnica MLD comumente usada e a uma solução NMPC. Defende-se a utilização da abordagem LPV, uma vez que demonstramos como a ferramenta é capaz de alcançar resultados comparáveis para algoritmos NMPC. Ademais, o método LPV demonstrou-se mais rápido que o método MLD, usando apenas um programa quadrático por amostra ao invés de um programa inteiro-misto.
O presente trabalho foi realizado com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (304032/2019-0 e 403949/2021-1) e do Departamento de Automação e Sistemas (DAS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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